Há consumidores que acreditam que tomar vinho é para pessoas ‘cultas’ e ‘refinadas’, pois acham o vinho algo difícil de ser entendido ou apreciado. É verdade que há uma diversidade de nomes de uvas, países, estilos e outras tantas palavras que muitas vezes aparecem no rótulo e geram dúvida. Porém, se analisarmos bem, não são somente os vinhos que têm esta característica. Seja qual for o assunto, quando começamos a nos interessar sobre ele, percebemos que é algo mais complexo do que imaginávamos.
Pensemos em queijos, por exemplo. Todos sabemos que existem vários tipos de queijo: o Minas, o Brie, Parmesão, Gorgonzola… Todos eles têm texturas, gostos e, mais ainda, métodos de produção diferentes, certo? Mas esta diversidade e complexidade não nos impede de comer e adorar queijo! Ao contrário, temos vontade de conhecer e provar novos queijos sempre. O mesmo vale para a cerveja, o whisky, o gim, e tudo o que envolve o mundo dos alimentos e bebidas. Portanto, o vinho é mais um elemento para entrar na nossa “cesta básica” e ser consumido sem medo.
Claro que quanto mais sabemos sobre ele mais nos encantamos, por isso, para ajudar a entender mais sobre esta fantástica bebida vamos a cada post falar brevemente sobre algum assunto deste mundo maravilhoso e o primeiro passo é entender o que é enologia.
O QUE É ENOLOGIA?
A Enologia é daqueles termos no mundo do vinho que muitas vezes geram confusão para o consumidor já que tem duplo significado, conforme você poderá ver abaixo:
1. É a ciência que estuda o vinho. Ou seja, pesquisa tudo o que diz respeito ao tema, desde a plantação da vinha até o vinho propriamente dito.
2. Ao mesmo tempo, este termo é usado como sinônimo do processo de vinificação, que engloba os seguintes passos:
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Esmagamento das uvas: depois de colhidas, as uvas são esmagadas para expor o açúcar da polpa às leveduras e provocar a fermentação;
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Fermentação: as leveduras se alimentam do açúcar das uvas e, como consequência, seu metabolismo produz álcool etílico e gás carbônico, que se dissolve no ar. No caso dos vinhos espumantes, o gás carbônico fica retido no vinho e se apresenta como borbulhas no líquido;
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Clarificação/filtragem e estabilização do vinho: estes são processo pós-fermentação feitos com a finalidade de deixar o vinho livre de resíduos visíveis, com aspecto límpido e claro. Hoje em dia há produtores que fazem pouca ou nenhuma filtragem, deixando seus vinhos levemente turvos. Nestes casos, é comum ter algum tipo de notificação no rótulo ou contra-rótulo que deixa claro que o vinho não foi filtrado.
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Amadurecimento: é literalmente o envelhecimento do vinho ao longo do tempo. Pode ser feito em uma variedade de recipientes como tanques de aço inox, de cimento, barris de carvalho, garrafa de vidro, etc. Em cada um deles, o vinho vai evoluir de maneira diferente. Uma observação importante é que não são só os vinhos que passam por barris de carvalho que têm alta qualidade; existem muitos vinhos sem contato com madeira que são considerados entre os melhores do mundo, como os Rieslings alemães e os Sauvignon Blanc neozelandeses.
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Engarrafamento: é o processo final da produção do vinho que o torna pronto para ser vendido ao consumidor. Há vinícolas ou regiões produtoras que guardam seus vinhos engarrafados por algum tempo, a fim de chegarem aos seus clientes no ponto correto de consumo – este é o caso dos Riojas Reservas e Gran Reservas. Ao mesmo tempo, existem vinhos que são engarrafados logo após o fim do processo de produção, pois devem ser consumidos rapidamente para o consumidor usufruir de todo seu frescor e sabores frutados.
Texto por Bianca Veratti DipWSET